Análises dos níveis solúveis de PD-1 e PD-L1 no melanoma cutâneo

Abstract

Objetivo: analisar os níveis solúveis de programmed death receptor-1 (sPD-1) e do ligante de PD1 (PDL1) em pacientes com melanoma cutâneo. Métodos: Entre 2018 e 2019, foi realizado um corte transversal, exploratório e translacional no Hospital de câncer de Pernambuco (HCP) e no Laboratório de Pesquisa Translacional do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP). Foram avaliados 51 pacientes maiores de 18 anos com diagnóstico confirmado de melanoma cutâneo. Como grupo controle foram incluídos 15 indivíduos saudáveis (> 18 anos) e sem história familiar de câncer de pele. A concentração sérica de sPD1 e sPDL1 (pg/mL) foi determinada por ensaio imunoenzimático. Teste não paramétrico de Mann-Whitney foram utilizados para comparação entre dois grupos. Foram considerados significativos valores de p < 0,05. As análises foram realizadas no programa Graphpad v7.0. Resultados: A média de idade dos pacientes foi de 57,6 anos ( 14,3). A maioria dos pacientes foi de cor branca (72,5%) e do sexo feminino (62,7%). Foram 43,2% dos pacientes que apresentaram índice de Breslow > 2 mm. A maioria dos pacientes apresentou metástase linfonodal (51%) e estádios III-IV (52,9%). Nas análises dos níveis solúveis de sPD-1 e sPD-L1 foi observado que os pacientes apresentaram níveis diminuídos quando comparado aos controles (p=0,02 e p=0,003 respectivamente). Os pacientes com os estádios I e II apresentavam níveis diminuídos de sPD-1 e sPD-L1 quando comparados aos pacientes com estadio III e IV (p=0,004 e p=0,005, respectivamente). Não foram observadas diferenças significativas nos níveis de sPD-1 e sPD-L1 entre os grupos de pacientes LN+ e LN -; e espessura de Breslow ≤ 2 mm ou > 2 mm. Conclusão: Com base nos resultados encontrados, conclui-se que formas solúveis das moléculas sPD-1 e sPD-L1 são elevadas em pacientes com doença avançada. Essas moléculas podem ser consideradas possíveis biomarcadores de prognóstico no melanoma cutâneo. Novos estudos que avaliem as formas solúveis de sPD-1 e sPD-L1 no câncer são necessários, bem como a expressão dessas moléculas na membrana de células do sistema imune e nas células tumorais, uma vez que existem grandes possibilidades de tratamentos, já que existem drogas que bloqueiam essas moléculas em uso no Brasil.