Capnografia durante o teste de respiração espontânea em neonatos pré-termos

Abstract

A despeito dos benefícios da assistência ventilatória mecânica (AVM) nos recém-nascidos pré-termo (RNPTs) que cursam com piora do quadro respiratório, o seu uso prolongado possui grande influência no desenvolvimento de complicações tanto pulmonares quanto sistêmicas. Dessa forma, alguns índices preditivos de sucesso/falha na extubação podem ser utilizados. Dentre estes índices, a capnografia, medida contínua e não invasiva do dióxido de carbono exalado no final da expiração (ETCO2), é comumente utilizada na população adulta e pediátrica. Porém, nos recém-nascidos, o uso desse método ainda possui problemas técnicos e metodológicos. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a aplicabilidade da capnografia durante o teste de respiração espontânea (TRE) de RNPTs. Tratou-se de um estudo descritivo, realizado na UTIN do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (CISAM). Os RNPTs (idade gestacional entre 25 e 36 semanas) submetidos a AVM por mais de 48h foram monitorados através de um capnógrafo durante o TRE na fase de desmame. O desfecho primário avaliado foi a leitura adequada da capnografia durante o teste baseando-se na curva gerada com apresentação de um platô expiratório. A frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR) saturação periférica de oxigênio (SpO2) e ETCO2 dos pacientes foram registrados antes, no 1° e no 5° minuto do TRE. Ao longo do período de coleta do estudo 17 RNPTs com IG média de 30 semanas foram incluídos na amostra (12 do gênero masculino). Em todos participantes foi possível detectar uma curva capnográfica adequada. Foi observado um aumento médio de 2cmH2O no ETCO2 durante o TRE, não havendo falha de extubação no grupo estudado. Houve uma correlação do ETCO2 e FR mensurados no 5° minuto do teste. Conclui-se então, que foi possível avaliar a capnografia em RNPTs durante o TRE.