Carcinoma papilifero de tireóide em uma adolescente: um relato de caso

Abstract

Cenário: O tumor papilifero de tireóide é uma neoplasia de baixa ocorrência no Brasil e rara em crianças e adolescentes, mas usualmente de bom prognóstico. A incidência da doença nodular da tireóide na criança entre 9 e 18 anos de idade varia de 0,2% a 1,8%, porém possuindo maior risco de malignidade quando comparado com os que ocorrem nos adultos. Exatamente por ser uma patologia de baixa ocorrência na faixa etária pediátrica/adolescência muitas vezes há atraso no seu diagnóstico. Dentre os tipos morfológicos do carcinoma de tireóide, o papilífero é a forma mais comum, apresentando o melhor prognóstico dentre as demais neoplasias malignas tireoidianas. A manifestação mais comum para o carcinoma diferenciado de tireóide na infância é a de um nódulo na tireóide. O diagnóstico do câncer papilifero de tireóide se dá a partir de um exame físico cuidadoso com caracterização do nódulo, e de exames de ultrassonografia e estudo do material a partir de Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF). O tratamento recomendado para a maioria das crianças/adolescentes é a tireoidectomia total e o tempo de seguimento depende de presença ou não de recorrência da doença, variando conforme os diferentes autores. Diante disso, apresentamos a descrição de um caso de carcinoma papilífero de tireoide em uma adolescente. Métodos: O estudo é do tipo relato de caso. Os dados serão coletados com base nas informações do prontuário. Serão descritos os aspectos clínicos, diagnósticos, de tratamento e de seguimento. Resultados: O tumor papilífero de tireoide é uma neoplasia de baixa ocorrência no Brasil e rara em crianças e adolescentes. Relata-se um caso de câncer papilífero de tireoide em uma adolescente de 11 anos, sem comorbidades, apresentando tumoração em região cervical bilateral, sem demais sintomas. O diagnóstico foi realizado por um histopatológico sugestivo de carcinoma papilífero folicular de tireoide com metástases para regiões adjacentes proveniente de outro serviço, sendo complementado posteriormente com ultrassonografia e exames laboratoriais. Foi submetido à tratamento cirúrgico associado a iodoterapia, e seguimento medicamentoso com a levotiroxina de uso contínuo, apresentando bons resultados. Até a conclusão deste relato, a paciente não apresentou intercorrências importantes ou recidivas relacionadas ao tratamento.