Amamentação em crianças com síndrome congênita pelo zika vírus: desafios possíveis de superar? Amamentação e síndrome congênita pelo zika vírus

Abstract

Objetivo: Descrever as principais dificuldades relatadas na prática da amamentação de crianças com microcefalia secundária à síndrome do Zika Vírus. Metodologia: Estudo transversal e analítico, com informações colhidas através da aplicação de questionário estruturado ao responsável, além de consulta ao prontuário para obtenção de dados clínicos. Os dados foram tabulados no programa Excel for Windows, versão 2010. Para análise estatística foi utilizado o Statistical Package for Social Sciences (SPSS), versão 21.0. O presente estudo encontra-se aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do IMIP, sob nº CAEE 3.312.356. Resultados e conclusões: Foram avaliados 13 pacientes, a maioria nasceu a termo, de gestações únicas. A maioria das crianças avaliadas foi classificada como pequena para a idade gestacional e o peso médio de nascimento foi de 2,820 g ± 0,43 dp. O perímetro cefálico ao nascer apresentou média de 28,88 cm ± 1,50 dp. Quanto à ocorrência de aleitamento materno (AM), 5 crianças foram amamentadas exclusivamente até o 6º mês de vida. Já os que não mamaram exclusivamente até o 6º mês, tiveram tempo médio de aleitamento materno de 2,625 meses ± 0,71dp, tendo sido a irritabilidade ao mamar a justificativa para descontinuar a amamentação em 5 desses pacientes e parecer ser uma causa importante de desmame precoce da população estudada. Outras dificuldades relatadas foram sucção débil, refluxo, engasgos e tosse, estando essas dificuldades presentes de forma simultânea em cinco pacientes e também podem ter contribuído para a descontinuidade da AM.